sábado, 20 de junho de 2009

Blog ruim não morre

Sim, um post. Estou em casa e não tenho nada para fazer no momento. Deveria estudar para as provas, mas minha vontade de escrever é como um daqueles grandalhões que não ouso contrariar.

Lamento informar que não tenho nenhum assunto. Nenhum mesmo. Nada. Vou ficar aqui digitando até os tendões se cansarem e desistirem...

O céu está com aquele tom de azul-outono perfeito. Para além dessa janela, parece haver um universo de vida que se regozija e celebra sua finitude, como átomos reunidos em breves danças pelo acaso.

"Confess then, naught from nothing can become,
Since all must have their seeds, wherefrom to grow,
Wherefrom to reach the gentle fields of air.
Hence too it comes that Nature all dissolves
Into their primal bodies again, and naught
Perishes ever to annihilation.

Thus naught of what so seems
Perishes utterly, since Nature ever
Upbuilds one thing from other, suffering naught
To come to birth but through some other's death."


Hoje é um bom dia para De Rerum Natura, hoje é um bom dia para reatar as linhas de destino que me unem aos tantos que amo.

De todos os momentos que poderiam ter sido, de todo o silêncio e hesitação, restaram-me apenas o pó, apenas as partículas eternas indiferentes ao meu passado... E a quem fui.

"As I stand behind you
Lost in all the things I would do
Never really with you
Quietly halfway in the room"


And now I have nothing but the lifeless, and now I have nothing but stolen words...

Mas o meu afeto persiste. Aprisionado em sua insignificância, imune à transitoriedade.

O amor que sinto é o amor pela vida. Estou apaixonadamente presa à incompletude e imperfeição do ato de viver. A morte que evito dissipa todo o significado em momentos atemporais que sempre carregarão sua beleza, como ruínas de uma civilização perdida que não podem mais ser lidas, mas que continuam a celebrar as estrelas, todos os dias.


Poema: De Rerum Natura, de Lucrécio
Letra: Lifeless, de Stolen Babies

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