segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pupae

Curitiba. Aguardo o ônibus que me levará de volta à minha nova vida, ao mundo no qual existo tão eficientemente que deixo de ser eu mesma.

Meu sono foi tranqüilo e meu corpo transborda uma energia rejuvenescida de quem encara o futuro como se recebe uma brisa vinda do mar.

Como é bom lavar as próprias feridas e deixá-las cicatrizar ao sol, como é bom expor o dorso à sombra das folhas do afeto.

Uma mulher à direita cuida de seus filhos ruidosos, enquanto um jovem alto parece compartilhar comigo um pouco de sua empatia. O universo gira em torno de um eixo único, onde todas as ações formam um quebra-cabeça fluído que não mais me perturba.

Passeio em meu jardim de símbolos, alheia aos sons e odores da colônia de primatas ao meu redor. Encaro o sol e purifico meu silêncio em uma praia só minha. Este lugar, iluminado e banhado pelo vento, é um dos livros mais raros e mais altos de minha coleção. De suas páginas sopram uma vida que se perpetua e uma celebração de todas as coisas. Em suas palavras arde um encantamento para fundir passado, presente e futuro em uma só linha incandescente.

É hora de guardar meu livro e receber o meu primeiro dia de verão, é hora de contemplar a curva em meu destino e festejar a transformação.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Rehab

Estive lendo meus últimos posts e cheguei à incrível conclusão de que estão todos uma porcaria. Faltam-lhes fluidez, elegância e ritmo. Assim como assunto.

Portanto, tomei a decisão de me internar na Writer's Rehab para me desintoxicar. Através da terapia cognitiva, pretendo me livrar de todos os memes malditos que estão poluindo o meu centro verbal, como se fossem o colesterol deixado pela minha junk food favorita.

Apesar de ter sido esse um passo muito difícil, devo admitir que aguardo ansiosa para poder encontrar meus grandes ídolos da semana de 22. Além, é claro, dos poetas concretistas e dos escritores/cantores da MPB.

Até breve. Fiquem com Sylvia Plath enquanto isso.

Flood Fetiche

É interessante notar que depois de dois mil anos de cristianismo, bastou uma repostagem do Fantástico para que todos aprendessem a amar o próximo e serem generosos.

A propósito, gostaria de dizer que valorizo muito a amizade daqueles que nunca falam comigo, mas que se lembraram de telefonar para perguntar se estou viva.

Sim, estou viva. Mesmo se estivesse morta, não me daria ao trabalho de psicografar bobagens. Agora, se fosse para psicografar asneiras e ainda ganhar dinheiro nessa vida, aí já seria outra história. Ou outro Gasparetto.

Por último, seriam esses telefonemas que recebi o esquivalente afetivo de sair de carro para observar os escombros da casa alheia? Porque, se for, vou passar a cobrar pelo tour...