Os corações silenciaram, a chuva aquietou. Sobram-me apenas umas gotas de chá.
Aquilo que me aquecia e me consolava está distante, mudo como o vento.
Procuro dentro de mim a vida que me escapa, mas as sombras me ofuscam. Restam, como sempre, as palavras, para negar o inevitável.
Em minha auto-necropsia, encontro artérias ainda pulsando. A dor libera os sonhos encobertos de seu transe e olhos ternos refletem minha inquisição própria. Extraio-me de mim mesma.
Em meio à noite, por fim, vejo o sol. Chove.
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2 comentários:
Perfeito, lindo, venerável.
Acho que vi isso escrito numa traseira de caminhão...
o/
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