Por vezes, eu submerjo em mim mesma, e me perco. O universo que possuía desmorona e quem anda pelas ruas por mim, enganando a todos, é a minha sombra.
(Ela é forte o bastante para não se importar; ela consegue dizer adeus).
Enquanto minha esfinge me devora e regurgita, eu ando em meio às cerejereiras, sem ninguém para segurar minha mão ou ver minhas lágrimas.
Enquanto me afogo em tudo o que deixei para trás e sonho com a renovação, meu avatar perambula escondendo as marcas de minha queda, contemplando as cinzas que me restaram.
É quando escrevo que ressurjo e respiro.
São as palavras que me conectam à vida. São elas que me permitem dar significado a este abismo e, assim, continuar.
Um comentário:
"Like everything metaphysical the harmony between thought and reality is to be found in the grammar of the language".
L. Wittgenstein
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